domingo, setembro 30, 2007

Uma boa ideia... No site www.osseminovos.com.br pode-se fazer o download de graça do álbum completo com as capas e tudo. Um exemplo a seguir, música de graça, concertos ao vivo para fazer dinheiro... ganhávamos todos


Os Seminovos - Ao mestre, com carinho



Letra:

Você é minha aluna,
Não entre nessa
Você tem 19 anos e eu...
Não interessa

Esqueça o que rolou depois
daquela festa de formatura
Você no fogo de milhões de hormônios
E eu de fogo, na maior secura

Eu resisti o ano inteiro
Fiquei na minha
Vendo você na primeira fila
De míni-saia e sem calcinha
Deixei de agir como profissional
No exato momento
Em que rolou aquela prova oral
Aplicada no estacionamento

Já te expliquei:

(Refrão:)
Alguma coisa aqui está fora do normal
Nenhuma boa aluna implora pra levar pau
Te ver assim de joelhos
Aos meus pés, baby, me chateia
Impossível dialogar
Com você falando assim, de boca cheia

Meu corpo não foi o primeiro,
Estou ciente
Antes de mim você deu prazer
A outro corpo, o corpo docente

O que explica sua nota 100
Em Botânica e Literatura
Menina, te conheço bem
Já explorei toda a sua cultura

Nós não precisamos ser
Perfeitos
Me guarde na sua lembrança
Na minha vou guardar
Seu par de peitos

Eu tenho filhos, tenho mulher
E não quero ter uma segunda
Por isso se você me vir com ela
Não belisque mais a minha bunda

Vou repetir...

(Refrão/Solo)

Alguma coisa qui está fora do normal
Nenhuma boa aluna implora pra levar pau
Maior que nós é a verdade que não quer se calar:
O que eu te ensinei é muito bom,
Mas não é matéria de vestibular...

(Letra e música: Maurício Ricardo, arranjos Neto Castanheira)

Os Seminovos são: Neto Fog (voz), Maurício Ricardo (baixo, voz), Neto Castanheira (guitarras, produção), Tchana (guitarra base, voz), Alex Mororó (bateria).

Os Seminovos - Juíza em Goiás



Os Seminovos - Eu sou Emo



Os Seminovos - Patricinha

sábado, setembro 29, 2007

Eis a prova de que não sou um intelectual.

[An intellectual] is someone who can listen to the "William Tell Overture" without thinking of the Lone Ranger. - John Chesson

The Boss is back, better than ever...

sexta-feira, setembro 28, 2007

...e porque não!!!
Esta é a minha preferida...

Donovan - Season Of The Witch

E porque nao "Flower Power"

Donovan
(link)


Pleo que tens ai que se??

terça-feira, setembro 25, 2007

Francesinha



Tinha combinado com o Dali mas perdi-me a comer uma Francesinha, bem não era realmente uma Francesinha pois a nacionalidade dela é portuguesa, mas perdi-me. Não deixei no entanto de experienciar o surrealismo do momento.

Good Cop / Bad Cop

(wikipedia)
"Good Cop/Bad Cop, known in British military circles as Mutt and Jeff (from an American newspaper comic strip of that name) and also called joint questioning and friend and foe[1], is a psychological tactic used for interrogation.

It involves a team of two interrogators who take apparently opposing approaches to the subject. The interrogators may interview the subject alternately or may confront the subject at the same time.

The 'Bad Cop' takes an aggressive, negative stance towards the subject, making blatant accusations, derogatory comments, threats, and in general creating antipathy between the subject and himself. This sets the stage for the 'Good Cop' to act sympathetically: appearing supportive, understanding, in general showing sympathy for the subject. The good cop will also defend the subject from the bad cop. The subject may feel he can cooperate with the good cop out of trust and/or fear of the bad cop. He may then seek protection by and trust the good cop and tell him the needed information.

The technique is easily recognised by those familiar with it, but it remains useful against subjects who are young, frightened, or naïve. Experienced interrogators assess the subject's level of intelligence and experience with the technique prior to its application, as the technique is often seen as offensive and insulting to those who recognise it, who may thus refuse to cooperate outright."

And you promptly ask, what tha'fuck? and I reply...whatever!

Continuing within this dyslexia of thoughts:



SEX PISTOLS BACK FOR BRIXTON GIG

Tickets go on sale on September 21 at 9am (BST).

Punk legends the Sex Pistols are to reform for a one-off gig in London.

Thirty years after the release of their only studio album, the genre-defining Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols, four of the band's original members will reappear four years after their most recent reunion.

John Lydon, Steve Jones, Paul Cook and Glen Matlock will be playing at the Brixton Academy on November 8th, giving middle-aged fans a chance to relive their spiky-haired youth. Tickets go on sale on Friday.

"Maybe it's because we're all Londoners, but there would be no Sex Pistol without dear old London town," frontman Lydon told the NME.

Adopting a vaguely poetical tone, he added: "See you all at Brixton with proper feelings and proper people all around. From London Bridge to the Rose And Crown, all of Britain is welcome so come on down."

The Pistols' latest reform follows last week's announcement that another 1970s band are to get back together for a one-off live date.

Led Zeppelin will play the O2 arena on November 26th. At least 20 million people have registered for the chance to get hold of one of the show's £125 tickets.


18/09/2007 10:45:14

Estranhas viagens

Alice is sitting by her sister lazily, and she sees a White Rabbit in clothes carrying a pocket-watch.

O vapor deu inicio ao movimento da locomotiva e as rodas começaram a deslizar compassadamente sobre os carris. Os condutores, um acordeonista e um e um velho violinista, pegaram nos instrumentos e com uma música pujante trataram de acelerar os frames da viagem, a velocidade foi tal, que no final as cederas do arco do violino estavam todas soltas.
Ouviam-se flautas transversais quando desci da carruagem, um coche branco como a neve aguardava-me para me levar a conhecer a rainha deste estranho mas belo reino.
- Aqui não usamos electricidade preferimos a luz de velas aromáticas - disse-me regiamente depois de me ajoelhar a seus pés - e continuou:
- Espero que saiba jogar criquete !

domingo, setembro 16, 2007

Ali estava ela a ilha nua, eu , num constante ir e vir espalhava-me na sua areia tostada do sol.

De longe a ilha viram, fresca e bela
Que Vénus pela ondas lha levava
(Bem como o vento leva branca vela)

(...)

A ilha dos amores e a máquina do mundo, a recompensa para quem não tem medo de ir além do desconhecido.

Vês aqui a grande máquina do Mundo
Etérea e elemental, fabricada
Assi foi do Saber, alto e profundo,
Que é sem princípio e meta limitada.

(...)

sexta-feira, setembro 14, 2007

Ski Jumping

Ali estava eu, sentado no teu ombro, à espera da autorização para o salto. Colocaste os braços para trás, as omoplatas sobressaíram e a pista ficou pronta. Encaixei os skis nos trilhos, mostrei o polegar e lancei-me pelas tuas costas abaixo; arqueavas-te à medida que eu ia ganhando velocidade. Aproximava-me velozmente da curva que as costas fazem ao encontrar o rabo, era a saída para o salto... Subitamente veio-me à cabeça:

- MAS SALTO PARA ONDE???

quinta-feira, setembro 13, 2007

Estava no bar do hotel a ouvir o pianista perder-se no teclado, quando uma fragrância me espevitou os sentidos. Fechei as pernas com força tentando comprimir a tumefacção que teimava impor-se entre as minha coxas, traguei de um só golo o whiskey de malte e apaguei a cigarrilha no cinzeiro, depois, fiz um pequeno compasso de espera, em seguida levantei-me, coloquei uma nota de cinquenta €uros no enorme copo de balão que estava em cima do piano e saí.

O concierge aborda-me com um écharp nas mãos e diz:

- Uma senhora pediu-me para lhe entregar isto e dizer-lhe - "um dia, quem sabe?"

Para paparazzi resolver



No meio daquela confusao, tenho uma questao: O que acontecera as pulseiras amarelas que ate o Gordon Castanho usou?

Em primeiro gostava de criticar o facto das pulseiras nao serem de tamanho ajustavel, imagine-se que existem tres tamanhos

"
Small Size Look for Madeleine Bands
Medium Size Look for Madeleine Bands
Large Size Look for Madeleine Bands
Good quality wristbands to keep reminding you about Madeleine. Poster included.
"(www.findmadeleine.com)

ja viram a obsessao que uma pessoa obesa passa? ate numa simples pulseira sera obrigado a dizer que usa o tamanho Large, imagine-se a conversa: "O vizinha, Voce esta muito magra! Que numero usa?", "O Comadre Jacinta, sabe ando a fazer aquela dieta da TVguia a base de pepino e alho, especial para este Verao, uso um tamanho Sumol".

Segunda critica/questao: Sao as pulseiras biodegradaveis?? Aposto que para terem o selo de High Quality devem ser de Polietileno ou PVC! Gostava de ter na minha posse garantias de biodegradibilidade de tais artefactos para melhor ajuizar sobre o seu destino (resumidamente: se apodrecem ou nao).

Relativamente ao destino das pulseiras, parece-me (ou nao) que e indissociavel (ou talvez nao) do fim do caso judicial, atendendo a que os seus "inventores" estarao cada vez mais destinados a aquecer o banco de suplentes, isto claro se nao forem espertos o suficiente e viajem ate miami.

Vejamos, o caso mais obvio sera se os dois pais forem acusados e provados como culpados do que quer tenha acontecido a garota: neste caso a populacao nos seus instintos bem retorcidos trocidara a pulseira em 1001 pedacinhos abencoados pela dita Scheherazade. Neste caso, aconselho a um certo ritual: que se juntem 101 pessoas em redor de uma fogueira de ramos de laranjeira, numa noite de lua nova e quando a mare se esvaziar anormalmente uns 1000000 picometros, ai os participantes devarao arrancar a dentada a pulseira do elemento seguinte no circulo. Ter algum cuidado em uniformizar o sentido das mordeduras, pois o deboche podera ter origem quando duas pessoas tentarem morder a mesma pulseira.

OK, se os pais nao forem julgados culpados parece-me que existem duas hipoteses: (1) Nao sao presos por falta de provas ou (2) Em julgamento (se la chegarem) sao dados como inocentes. Ora bem, as nossas queridas pulseiras (eu que ate gosto de amarelo) terao o seu destino simplificado no primeiro caso: as pulseiras gradualmente serao retiradas gentilmente (se a senhora nao deixou a dieta de pepino e alho) e postas de lado ate serem empurradas ate um caixote de lixo mais proximo.

Ora bem, no segundo caso e atendendo a quantidade de vezes que foram fotografadas e aparecem em capa de revista/jornal temo que ainda pegue moda. Uma moda do genero pastilha elastica bem ao estilo desta ilha; so que agora imaginem um filme de Holywood com a Angelina Jolie vestida a Tomb Raider com uma pulseira amarela, ou entao a Jenna Jameson, membros por todo lado, e no meio daquela confusao uma pulseira amarela. "Pulseira d'Giorgio", "Wrist-Chanel-Band" "Pulseira Denim - Levis". ora bolas!

Agora pensem, se elas custam £2 imaginem qual sera o preco de uma Chanel?

5.45 am...

e aqui estou eu pronto para descolar no meu Supermarine Spitfire, a manchete pesa uns duzentos Kg, tal é a soneira. O inimigo atacava. Desaparecia e aparecia do nada, os holofotes da base perscrutavam os céus mas em vão. O som característico do Messerschmitt Bf 109 do inimigo era apenas o que se ouvia antes de cada ataque...

Ordens do centro de comando, vamos pulverizar o "céu" com ddt

São agora 6.55 am, regresso à minha tenda e sou agora o o rei persa Xeriar;
- Scheherazade embala-me com uma das tuas mil e uma histórias; pode ser aquela sobre o Afonso Henriques e o berço da nação...

quarta-feira, setembro 12, 2007

Hoje senti um arrepio quando ouvi este poema "declamado" pelo Shane MacGowan.

An Irish Airman Foresees his Death

I know that I shall meet my fate
Somewhere among the clouds above;
Those that I fight I do not hate
Those that I guard I do not love;
My country is Kiltartan Cross,
My countrymen Kiltartan’s poor,
No likely end could bring them loss
Or leave them happier than before.
Nor law, nor duty bade me fight,
Nor public man, nor cheering crowds,
A lonely impulse of delight
Drove to this tumult in the clouds;
I balanced all, brought all to mind,
The years to come seemed waste of breath,
A waste of breath the years behind
In balance with this life, this death.

Yeats

By the way... Em dezembro dia 18 ou 19 la estarei, "Streams of Whiskey" are flowing; atendendo a que a data de submissao da tese esta para 15 de Dezembro... vou velejar nessas correntes, concerteza!

A todos os interessados...

Editora online - Sinapses


www.sinapses.net

(clicar para seguir Hiperligação)

Led Zeppelin voltam a tocar juntos

12.09.2007 - 11h19 PUBLICO.PT

Depois do reencontro dos Police e dos Genesis, agora é a vez dos Led Zeppelin. Dezanove anos depois do último concerto, a lendária banda "rock" dos anos 70 vai voltar a subir aos palcos. O regresso é anunciado hoje em Londres pelo promotor do grupo.

Segundo a BBC, o concerto deverá coincidir com o lançamento de uma nova colectânea de êxitos (“Mothership”) em Novembro. Robert Plant, Jimmy Page e Jonh Paul Jones, ícones do "rock" para várias gerações, vão subir a palco com Jason Bonham, filho do mítico baterista "Bonzo".

Com a morte de Jonh Boham em 1980 a banda separou-se e só voltou a actuar por mais duas vezes: em 1985 no Live Aid e em 1988 no aniversário da gravadora Atlantic.

terça-feira, setembro 11, 2007

Somos um povo "torcido"

Como dizia o outro sobre Nova York:

Major Strasser
: How about New York?

Rick: Well there are certain sections of New York, Major, that I wouldn't advise you to try to invade.

Eu também, se houver interessados, há certas partes deste país que eu não aconselho a invadir...

Quero que as más línguas se FODAM!!!

The Zimmers "My Generation" Released: 28/05/07

Grande!

Logos - palavra de origem grega que se traduz por razão.

Héraclito de Éfeso - Revelou um grande desprezo não apenas pelas multidões, mas também por todas as formas de pensamento tradicionais, afirmando-se como crente numa verdade universal, o logos (a nossa razão e a razão de tudo o que existe), acessível a todos sem qualquer iniciação ou ritual. Devido à forma enigmática como se expressava já na antiguidade era conhecido como "O Obscuro" ou "O que fala por enigmas".

- "tudo se move, excepto o próprio movimento."

- "A doença faz da saúde algo agradável e bom", ou seja, se não houvesse a doença, não haveria porque valorizar a saúde.

Mas gosto sempre de recordar o princípio das maçãs, assim denominado por mim após a leitura de uma obra de Pitigrilli, que nos lembra que a vida é regida pela matemática (maçã de Newton) e pelo capricho humano (maçã da Eva)

Entre os minutos deste Setembro, a sombra da lua e a mare baixa do Thames ando a ler Michel Meyer: "Questoes de Retorica. Linguagem, razao e seducao."

Comprei o livro numa passeata a fnac, na minha ultima passagem por terras lusitanas nessa debochada Coimbra.

(pp 65)"
5. A forma cardinal do logos

Enunciar uma preposicao e assinalar aquilo de que e questao e dirigi-lo a atencao de um auditorio mais ou menos determinado. Falar de de um determinado assunto, digamos A, e sempre de certa maneira dizer 'x e A/A e x', consoante aquilo que esta fora-de-questao. Ora, os A (ou os x) sao tambem y, aos quais se aplica B. Em conformidade, trata-se de saber se x, que e A, tambem e B; se x e y; se os A sao B, parcial, totalmente ou nao de todo.
Para retomar o nosso exemplo, falar da Revolucao Francesa equivale a interrogar-se sobre qualquer coisa (x) que e isto ou aquilo, e que denominamos Revolucao Francesa ou A.
Dizer que se ela se produziu, que e isto ou aquilo, porque isto ou aquilo - predicados definidos de outro modo -, vale igualmente para ela.Falar de A e dizer 'A e x/x e A' (a escolha), e dizer x e A e dizer y, ou B; portanto, dizer A e dizer B; ou ainda: 'x e A; logo, y e B'. Concretamente, dizer que a Revolucao e por exemplo a tomada do poder pela burguesia (Marx), em vez de mais um episodio da centralizacao do Estado inaugurada por Luis XIV (Tocqueville), e dizer que alias podemos reconhecer certos tracos definidos a proposito da Revolucao Francesa ('O que e a burguesia?', 'O que e a luta de classes?', 'O que e uma revolucao em geral?'). Falar da Revolucao e dizer A; logo, dizer B; e, com base no facto de que x (o facto) e A por exemplo, concluimos que foi mesmo uma Revolucao que se produziu tal como a concebemos alias. Podemos entao dizer que B (quer dizer x) que e A tambem e B; que os y que sao B incluem os x.

Dai a forma cardinal da discursividade:

1) Dizer A e dizer B

ou

2) x e A, y e B.

Podemos acrescentar que aqui A e B podem simbolizar quer predicados quer sujeitos, ou mesmo proposicoes, assim que a interrogatividade e abolida atraves de termos ou juizos, consoante os casos. O que e um termo senao uma resposta que, nao se perfilando ja como questao, se concentra sobre si mesma sem se indicar como tal?
"

60 minutes - Sex and Porn are Hot

Eros

Publicado em fotografia por seven em 20/01/06

O que é o erotismo? O que o separa da pornografia? Ultimamente tem-se falado aqui de fotografia e de autores como Aaron Hawks, Nan Goldin ou Vlastimil Kula, que roçam ou mesmo ultrapassam estes limites. Grandes fotógrafos como Man Ray, Edward Steichen ou Richard Avedon talvez não os tivessem ultrapassado mas algumas das imagens que captaram de mulheres como Marilyn Monroe, Laureen Bacall ou Catherine Deneuve são perturbadoras. Onde está o erotismo? No olhar do fotógrafo, no modelo ou em algo fugidio e quase fantasmagórico que no entanto a emulsão fotossensível fixou?

Man Ray dizia: A natureza não cria obras de arte. Somos nós, com a peculiar capacidade de interpretação do cérebro humano, que vemos arte.

060120_deneuve.jpg
Catherine Deneuve


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Laureen Baccall

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Catherine Deneuve, por Helmut Newton

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Greta Garbo, por Edward Steichen

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Sofia Loren, por David Seymour (Chim)

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Marilyn Monroe, por Richard Avedon

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Kiss, por Man Ray

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Nude, por Edward Weston

Shunga - desenhos eróticos japoneses

Publicado em artes e Letras por seven em 6/08/07

 Desenho Erotismo Arte Pornografia Eros Japao Gravuras Shunga

A indústria da pornografia é, provavelmente, tão antiga como o próprio mundo. Nas civilizações orientais, nomeadamente no Japão, pensa-se que a produção de desenhos eróticos remonta ao final do 1º milénio para consumo exclusivo da corte. A função primeira destes desenhos era, obviamente, a estimulação visual, mas também era utilizados para ensinar os jovens a comportarem-se em questões de sexo, desde os preliminares até à higiene. A partir do século XVI a produção e circulação de desenhos eróticos, então denominados shunga, conheceu um grande crescimento graças à técnica da gravura em madeira, tendo atingido níveis de elevada sofisticação e qualidade estética.

As gravuras shunga eram executadas e comercializadas quer isoladamente, quer em livros contendo doze imagens, denominados enpon, quer ainda em rolos, esta última forma a mais rara e também a mais cara. Os temas retratados eram variados e, por vezes, surpreendentes, uma vez que os japoneses possuíam preferências sexuais também variadas; a maior parte dos desenhos representava contudo cenas heterossexuais que podiam ir do simples amor sensual até à mais refinada pornografia. Curiosamente, devido à nudez não ter conotações eróticas no Japão, as figuras encontravam-se quase totalmente vestidas e revelavam somente os órgãos sexuais, exagerados em tamanho.

Até os maiores artistas da gravura tradicional japonesa se dedicaram a este género, à época considerado menor, tendo o cuidado de conservar o anonimato de modo a não prejudicar as suas carreiras "sérias". Nomes como Utamaro, Hokusai, Hiroshige e, sobretudo, Kunisada executaram bastantes desenhos e contribuíram para elevar a sua qualidade estética. As gravuras shunga chegaram a atingir preços elevados e os artistas, trabalhando para empresários do ramo, faziam bom dinheiro. As autoridades fizeram diversas tentativas para limitar ou mesmo banir este género, todas sem sucesso: a arte shunga continuou a florescer. Hoje em dia permanece sob a forma de mangás...

 Desenho Erotismo Arte Pornografia Eros Japao Gravuras Shunga

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Ananga-Ranga: manual indiano sobre sexo

Publicado em artes e Letras por seven em 10/09/07

 Gravuras Desenho Imagens Eros Erotismo Sexo Indianas Miniaturas Arte Manual

A arte erótica indiana deve ser vista à luz do Hinduísmo. Na mitologia indiana Kama designa o Deus do Amor. A mesma palavra refere-se também à busca do prazer, um dos aspectos fundamentais conducentes à salvação da alma. Não admira, por isso, que o sexo desde longa data se tenha revestido de tanta importância para os indianos. Disso nos dá conta o Kama-Sutra, um livro clássico sobre erotismo e outras formas do prazer humano.

O Kama-Sutra foi escrito há cerca de 1500 anos por um homem santo, Vatsyayana. Ao que se julga, trata-se de uma compilação e sistematização de antigos textos sobre sexo, alguns com 3000 anos. A fama de que goza deve-se não só ao seu conteúdo como também ao seu carácter único. Sabe-se, no entanto, que os textos e sobretudo as gravuras eróticas eram bastante comuns na Índia (como, aliás, em todo o Oriente), embora poucas tenham sobrevivido nos dias de hoje.

No Ocidente o Kama-Sutra apenas foi conhecido em 1883, em Inglaterra, através de uma edição privada com o subtítulo The Hindoo Art of love. Outra obra de teor idêntico, bastante menos conhecida e muitíssimo mais rara, chama-se Ananga-Ranga e contém, para além de textos, um número considerável de gravuras eróticas de boa qualidade. O seu autor é, desta feita, um poeta: Kalyana Mall. Publicada em Inglaterra 10 anos antes como A Boat in the Ocean of Love permanece até hoje como o mais importante manual indiano ilustrado sobre sexualidade e relações entre os sexos.

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segunda-feira, setembro 10, 2007

Bem, estava a ler o público quando me deparo com um concurso que pensava ter sido jocosamente criado pelos gatos, ou por alguém no desaparecido "States",



(wikipedia.org)
Air guitar

Air guitar is a form of dance in which the performer pretends to play guitar. Playing an air guitar consists of an exaggerated strumming motion and is often coupled with loud singing or lip-synching. Air guitar is generally used in the imaginary simulation of loud electric guitar music, especially rock, heavy metal, and so on.


Origins

It is believed that air guitar possibly originated from early Iron Maiden fans in the late 1970's. In the Iron Maiden DVD "The Early Years", former and current band members talk about their early fans coming to shows with wooden cutout guitars and would emulate what was being played on stage. Eventually, the practice caught on with other fans, some of which did not have a homemade guitar and would just rock out on their "air guitars".

Musician Joe Cocker was possibly one of the first musicians to actively demonstrate air guitar technique on stage. During the guitar solo lead-in to his live performance of "With a Little Help From My Friends" at the Woodstock Music Festival in 1969, he can be observed simulating the music with his hands, sans guitar.



Deixo aqui as performances do vencedor de 2007, apoio o Quintela para representar as quinas:

Lilith

Ao contrário do que se acredita, a primeira mulher no jardim do Éden não foi Eva. A primeira mulher criada por Deus foi Lilith, uma mulher cheia de beleza e capacidade para desfrutar da sua sexualidade.


Era feita da mesma substância que Adão, e não tirada dele.


Reinava a tranquilidade no Paraíso até que chegou a hora do sexo. Lilith não queria ser escrava de ninguém, apenas uma companheira para compartilhar e ter prazer.


Não queria ser submissa a ninguém.

Podemos dizer que Lilith foi a primeira feminista: desafiou as ordens de Adão e as de Deus. E por isso foi expulsa do Paraíso. O poder sexual da mulher passou a ser algo perigoso, algo transgressor.

Talvez por isto a Igreja sempre tenha visto no sexo algo pecaminoso. Talvez por isto, até ao Concílio de Nicea, a Igreja considerava que as mulheres não tinham alma ... Lilith representa a energia criativa que une o sexo à espiritualidade. É o instinto do prazer e a força obscura que existe em todo processo criativo.

Na Mitologia, Lilith esteve presente no Jardim do Éden antes de Eva aparecer. Por não aceitar submeter-se a Adão foi expulsa do Paraíso tendo, segundo alguns, transformado-se em Serpente, para representar o papel de demónio tentador.

O mito de Lilith mostra também a passagem do matriarcado para o patriarcado pois, a sua recusa à submissão, é a procura da igualdade com Adão. "Por que devo deitar-me por baixo de ti?" - ela questiona, e é punida por Jeová - Deus, que envia um anjo para expulsá-la do Paraíso. Blasfemando, desenvolve asas, numa demonstração de liberdade, ela abandona o Paraíso e voa para o Mar Vermelho, onde dá início a uma dinastia de demónios. Mas Adão fica, e sente-se só. Jeová - Deus cria então Eva, a mulher, condenada eternamente à inferioridade. Como proclamava Santo Agostinho, a mulher não era a imagem de Deus - apenas o homem era. Ela era, no máximo, a imagem de uma costela...

Lilith representa antes de tudo a busca de uma afirmação pessoal. É também a mulher tentadora, sedutora, e que fascina com os seus poderes perturbadores. Ela é silenciosa, secreta, cortante. É aquela que os homens temem embora se sintam atraídos por ela.

domingo, setembro 09, 2007

... empurrando-se umas às outras lá seguíam as carruagens pelos os carris fora. O velho Aquiles dormitava no banco apesar do zumbido da lâmpada intermitente por cima da sua cabeça, ao seu lado repousava a bengala com cabo de bronze e o leal Pátroclo que ia zelando pelo sono do amigo ajeitando constantemente a manta de viagem sobre as suas pernas. No banco em frente estavam sentados Páris junto à janela, Helena no meio e Menelau seu esposo na ponta. Páris apertava discretamente uma das coxas da jovem senhora, que completamente enrubescida retribuía a carícia massajando-lhe os genitais, Menelau praguejava algo ininteligível com a cara enfiada no meio do Wall Street Journal; talvez tivesse a ver com o facto de o novo dono, Rupert Murdock, dar prioridade às noticias sensacionalistas e menos cobertura ao comércio no mar mediterrâneo...

Hoje decididamente estou Cohen.

Estava eu num casamento, e casamentos há de todos os tipos formatos e tamanhos, quando a banda inicia um tema que eu já não ouvia há largos anos; Suzanne - a letra começa a vir-me à cabeça, a inundar-me, as sinapses começam a faiscar...

And she lets the river answer
That you've always been her lover
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you've touched her perfect body with your mind.

(...)

He said "All men will be sailors then
Until the sea shall free them"

...tive um orgasmo, aquilo que os franceses chamam de "la petite mort" ...

Dance... me....

Se existe alguma música que relate fielmente a primeira vez de uma "experiência " sexual é sem dúvida o Dance me to the end of love do Leonard Cohen:

Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove

(...)

Oh let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of

A alusão à antiga Babilónia, à Babilónia pecaminosa... Mostra-me devagar aquilo de que eu apenas conheço os limites... Conduz-me através do pânico até estar seguro dentro de ti... Mostra-me a tua beleza quando estivermos sozinhos, quando não houver testemunhas... A pomba que Noé lançou em busca de "terra" e que regressou com o ramo de oliveira no bico.

Sempre achei que durante o sexo as nossas caras não passam de meras máscaras trágico-cómicas.


sábado, setembro 08, 2007

Casablanca

soara o apito do contramestre, no convés gritava-se: - FAINA GERAL DE MASTROS!!!
Recordo-me de alguém ter comparado o Corto Maltese com o Rick - dizia que ambos eram falsos cínicos... fez sentido na minha cabeça e levei mais longe a comparação - A relação com as mulheres.
Eu não sei muita coisa, aliás os marinheiros em geral não sabem muitas coisas, mas se existe algo que um marinheiro sabe é que há mulheres e há mulheres... Todos os marinheiros tiveram (ou têm) uma Circe, uma Calipso ou uma Nausícaa, mas, só quando encontram uma Penélope é que penduram a máscara de duro no bengaleiro da entrada.

Ontem visitaste-me. Fiquei contente que não tivesses pedido licença para colorir os meus sonhos...

quinta-feira, setembro 06, 2007

Na terra dos relógios de cuco

A obsessão do tempo é algo que nunca tive; eu nem sequer uso relógio. Gosto de me perder no tempo, de ficar recatadamente a fumar o meu cachimbo enquanto os pensamentos marinam e me aromatizam a mente.
Ahhh, sulcar os mares binários... adoro ler o silêncio das palavras deixadas para trás, é como se tivesse a deixar derreter na boca um quadradinho de chocolate.
Ao contrário do que se apregoa para aí o melhor chocolate não é suiço... é feito lá, mas não é suiço.

He didn't died, he just returned home.

Safe journey Big Guy!!!

As Aventuras De Raul Seixas Na Cidade De Thor



"Tá rebocado, meu compadre
Como os donos do mundo piraram
Eles já são carrascos e vítimas
Do próprio mecanismo que criaram

O monstro sist é "retado"
E tá doido pra transar comigo
E sempre que você dorme de touca
Ele fatura em cima do inimigo

a arapuca está armada
E não adianta de fora protestar
Quando se quer entrar num buraco de rato
de rato você tem que transar

Buliram muito com o planeta
E o planeta como um cachorro, eu vejo
Se ele já não aguenta mais as pulgas
Se livra delas num sacolejo

Hoje a gente já nem sabe
De que lado estão certos cabeludos
Tipos estereotipados
Se é da direita ou da traseira
Num sesabe lá mais de que lado

Eu que sou vivo pra cachorro
No que tô longe, eu tô perto
E se eu não tiver com Deus, meu filho
Eu tô sempre aqui com o olho aberto

A civilização se tornou tão complicada
Que ficou tão frágil como um computador
Que se uma criança descobrir o calcanhar de Aquiles
Com um só palito pára o motor

Tem gente que passa a vida inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que tá o coringa do baralho

Quando eu compus, fiz "Ouro de tolo"
Uns imbecis me chamaram de profeta do apocalipse
Mas elessó vão entender o que eu falei
No esperado dia do eclipse

Acredite que eu não tenho nada a ver
Com a "linha evolutiva da música popular brasileria"
A única linha que eu conheço
É a linha de empinar uma bandeira

Eu já passei por todas as religiões
Filosofias, políticas e lutas
Aos onze anos de idade
Eu já desconfiava daverdade absoluta

Raul Seixas e Raulzito
Sempre foram o mesmo homem
Mas pra aprender o jogo dos ratos
Transou com Deus e com o lobisomem"

quarta-feira, setembro 05, 2007

Monday, September 03, 2007

Janis is gone



Janis Martin R.I.P.


Courtesy Of The Rockabilly Hall Of Fame

The world mourns the loss of one it's Rock 'N' Roll legends. The news was released this morning of the sad death of Janis Martin. Janis had recently been diagnosed with terminal cancer. After a short battle with the disease Janis past away this morning.

(cienciahoje.pt)

Homens e mulheres continuam a reagir como na pré-história quando escolhem parceiros

:: 2007-09-04
Estudo revela estranho caso em que se mudam os tempos mas não se mudam as vontades
Estudo revela estranho caso em que se mudam os tempos mas não se mudam as vontades
Um estudo de psicólogos da Universidade norte-americana de Indiana declara que o ser humano continua a reagir como na pré-história quando escolhe um parceiro, com as mulheres a procurarem segurança e os homens companheiras com beleza física.

O estudo, publicado esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o jornal da Academia norte-americana das Ciências, salienta que esta fórmula serviu para os seres humanos ao longo dos anos e é também o modelo de escolha de parceiros usado pela maioria dos mamíferos.


O investigador Peter Todd confirmou que, apesar de as pessoas apregoarem o contrário, a beleza numa parceira é o ingrediente chave para os homens, enquanto que as mulheres são mais exigentes na escolha e usam o seu aspecto para conseguir segurança e compromisso.

Para chegar a esta conclusão, Peter Todd e colegas desenvolveram uma pesquisa financiada pela Max Planck Society, a fundação científica nacional alemã, analisando encontros-relâmpado realizados na Alemanha para comparar o que as pessoas dizem que querem de um parceiro com o parceiro que realmente escolhem.

Os encontros-relâmpago, uma forma popular e em crescimento de solteiros se conhecerem, envolve sessões na quais cada homem e mulher têm numerosos mini-encontros com mais de 30 pessoas diferentes, cada um deles durando entre três a cinco minutos. Depois de um encontro, os homens e as mulheres deixam um cartão numa caixa, onde escrevem se querem ou não voltar a ver a outra pessoa.

Avaliar o par ideal

Antes do estudo, realizado junto de 47 adultos (26 homens e 21 mulheres), foi pedido aos participantes que preenchessem um questionário com sete categorias diferentes de questões, nas quais se avaliavam a si próprios e ao seu par ideal de acordo com traços relevantes como atracção física, actual e futuro 'status' financeiro, saúde e qualidades como (futuros) progenitores.

O investigador salientou que ao inquérito os participantes deram respostas politicamente correctas, declarando quererem encontrar alguém parecido com eles próprios, um parceiro à sua imagem em termos de 'status', compromisso e pontos de vista.

No entanto, na prática, assim que as sessões começaram, os homens procuraram as mulheres mais atractivas e as mulheres agarraram-se à segurança material, ajustando o melhor parceiro possível com a imagem que tinham de si próprias. Além disso, enquanto os homens queriam, em média, ver outra vez uma em cada duas das mulheres envolvidas no estudo, as mulheres apenas quiseram encontrar-se outra vez com um terço dos homens.

Eles preferem as mulheres atraentes

Os homens preferiram as mulheres atraentes, que sugerem melhor material genético, enquanto as mulheres escolhiam um parceiro que fosse equilibrado do ponto de vista fenológico e genético, mas que também tivesse vontade e qualidades como futuro pai, explicam os autores. Todd e colegas estão a conduzir mais estudos para confirmar estes resultados.

Os investigadores descrevem estes encontros como "um microcosmos onde as escolhas de parceiros são feitas de modo sequencial e de forma mais rápida e formal do que na vida diária", com a vantagem de permitir avaliar um grande número de escolhas de parceiros tomadas num curto espaço de tempo.

"Estes encontros apenas capturam o estádio inicial do complexo processo que envolve a escolha de um parceiro a longo termo", salienta Todd, acrescentando que "esta expressão inicial de interesses é crucial como plataforma de lançamento" para a explicação do processo de escolha de parceiros.

O estudo tem como co-autores Lars Penke, Barbara Fasolo e Alison P. Lenton.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Pecado the lost tapes???

Martins, mas o que é que tu andas a fazer com as faixas? Andas numa de Phil Spector, a criar uma wall of sound?
Tipo, o material é mau, e de certeza que te deparas com uma tarefa hercúlea, mas não assassines ninguém... o Phil só em velho é que tem esse tipo de processo às costas, bem, têm isso e têm um penteado que me faz lembrar o Hair Bear... alguém ja deve ter posto na net as duas fotos side by side...



Stay gold Ponyboy, stay gold!!!

domingo, setembro 02, 2007

Eu sei lá...

Quantos amantes o manto estrelado já escondeu desde o princípio dos tempos...
A noite transforma os sonhos em realidade, o superego adormecido liberta-nos das grilhetas da censura moral e entrega-nos aos devaneios oníricos...
Para Platão existem duas realidades: a que é projectada e a real (aquela que poderíamos observar se nos conseguíssemos libertar)...
Com o raiar da aurora os sonhos esfumaçam-se. É altura de voltarmos à fenda subterrânea, de nos diluirmos na multidão...

sábado, setembro 01, 2007

Ontem na rtp vi: Vai e Vem

e por que sim, aqui vai a autobiografia de João César Monteiro em 1973.


A Minha Certidão

NASCI aos 2 de Fevereiro de 1939, na Figueira da Foz.

Tive infância caprichosa e bem nutrida, no seio de uma família fortemente dominada pelo espirito, chamemos-lhe assim, da 1 ª República. Escusado será dizer que abundavam os dichotes anti-clericais, muito embora o meu pai desejasse que eu viesse a seguir a carreira eclesiástica. Em suma: não se percebia nada. Pelo menos à primeira vista.

Por volta dos 16 anos, fixei-me com a família em Lisboa, para poder prosseguir a minha medíocre odisseia liceal. Instalado no colégio do dr. Mário Soares, acabei por ser expulso ao contrair perigosíssima doença venérea. Pensei, então, que entre a política e as fraquezas da carne devia existir qualquer obscena incompatibilidade e nunca mais fui visto na companhia de políticos.

Tendo finalmente conseguido dissipar toda a fortuna na satisfação de brutais apetites, o meu garboso pai veio a falecer vitimado por cruel ataque cardíaco, deixando-me, perplexo e sem um chavo, a coçar a cabeça. Era chegada a hora de dar o corpinho ao manifesto, como a maior parte das pessoas. Filho que era de meu pai, atravessei senhorialmente muitos e variados empregos, mas em breve me apercebi que já não podia olhar o mundo da mesma maneira. Fui até Paris para ensaiar até onde me era possível ir. Não me era possível ir muito longe. Meses depois, «ayant connu pas mal de choses», era repatriado.

Em 1960, encontrei o Sr. Seixas Santos que teve a bondade de me ensinar um pouco do muito que sabe de cinema. O Sr. Vasconcelos andava ao mesmo e parecia fazer progressos que, infelizmente (para ele), o futuro ainda não comprovou.

No ano seguinte, trabalhei como assistente de realização do Sr. Perdigão Queiroga e admito que poderia ter aprendido mais qualquercoisinha se não tivesse sido tão presunçoso.

Em 1963, na injusta qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gu1benkian, parti para Londres e fim de frequentar a London School of Film Technique. Suponho que nunca por aquela escola passou aluno tão mau, mas nesse passo não tive grandes culpas no cartório: é que de facto os ingleses não nasceram para o cinema. Aliás, ainda não percebi muito bem para que é que os ingleses nasceram. Deve com certeza ser pela mesma razão que nasceram os percevejos, as baratas e o pão integral, vulgo pão que o diabo amassou. A estadia em Londres, essa foi extremamente divertida, sobretudo no salutar plano das doces amizades; contudo, no regresso à Pátria, o meu pavoroso aproveitamento escolar foi muito sentido, como vergonhosa acção, por provincianas carpideiras a quem nunca passará pelas cabeças, tão chorosas dos mal gastos dinheirinhos da Gulbenkian, que a estupidez e e incompetência assentam arraiais em qualquer parte do mundo, inclusive no coração de Londres, sob o pomposo nome de London School of Film Technique.

Em 1965, conheci o Paulo Rocha e os seus «Verdes Anos», o Fernando Lopes e o seu «Belarmino». Tomei-me de amizade pelo Fernando e de amores pelo filme do senhor Rocha, cujos hábitos de anacoreta o tornavam pouco acessível.

Nesse mesmo ano, tentei pôr de pé um projecto de filme em 16 m/m, intitulado «Quem espera por sapatos de defunto morre descalços». Dois dias de filmagens e rabinho entre as pernas. Falta de xis. Esse ano negro não findaria, no entanto, sem que deixasse a meio o primeiro filme publicitário que me enfiaram nas unhas: de como, graças ao Não-sei-quê, fazer desaparecer em três penadas o mau cheiro do sovaco, e me internassem num hospício para acalmar as febres.

De novo na vida civil, os meus excessos ultra-românticos, temperados pela mais nobre profundidade sentimental, tiveram enfim (ai filhas de Sidon) a justa consagração, o que não me livrou de amouchar durante um ano, como escriba de Filmes Castello Lopes, Lda.

Em 1968, após um reconfortante período em que descobri que mães há muitas e pai só um, o celeste, dei mostras de, para além do instinto de conservação, possuir muitos outros bons instintos e fui finalmente recomendado ao produtor Ricardo Malheiro. Foi, pois, na mais desregrada euforia que fiz o filmezinho sobre Dona Sophia. Pouco tempo volvido (ó desgraça!), o Malheiro ia à falência ou, o que vinha a dar ao mesmo, a falência ia ao Malheiro. Sem grande proveito, tentei ainda a publicidade. Desesperadamente. Três ou quatro filmes, uma viagem, hélas! à Guiné, e disse.

No ano seguinte, estimulado por algumas boas vontades (saudades), resolvi repegar no projecto «Quem espera por sapatos de defunto morre descalço», cujas filmagens se arrastaram ao longo de dois anos. Numa altura em que eu já deitava o filme pelos olhos, a Fundação Gu1benkian concedeu-me (obrigadinho) um subsidio de $$$$$$$$$$$$$$$$... 180 contos, divididos em 3 prestações. Aqui, tive a tentação de dar uma volta. Pedi ao Vasconcelos para filmar dois planos que faltavam ainda ao filme, e fui. Itália e a inevitável Paris. Esgotada a finança, voltei para acabar o filme, receber a última prestação e partir outra vez, ora de comboio, ora à boleia, consoante a inspiração: Barcelona, Marselha, Florença, Milão, Como, Cernobbio, Paris.

Entretanto, o filme começou por ser relativamente mal recebido junto do Mecenas (quereriam ópera por 180 contos?), continuou, pateado num festival no Sul de Espanha e foi friamente acolhido pelos críticos presentes em Nice, aquando da chamada Semaine du Jeune Cinéma Portugais. Foi pena, porque me teria dado jeito, sobretudo no que toca à fruição de algumas benesses locais, mas já que não pôde ser, paciência! Tirando isso, aproveitei a estadia niceoise para comprar um lindo fato de banho de duas peças com a nota de 100 francos que o João Bénard me emprestou e ameacei partir uma garrafa de tinto na cabeça do Cunha Teles que, impensadamente, me chamou oportunista. Não sou uma natureza agressiva, antes pelo contrário, mas ser insultado por um manhoso negociante é coisa que me põe fora de mim. Detesto a promiscuidade e ensinaram-me a guardar escrupulosamente as distâncias. Por uma única e bem simples exigência: a de manter intacta e intocada e minha pessoa, para além da consciência de todos os meus erros e imperfeições. Levo, as mais das vezes, esta fantochada com o riso no costado, mas não é por acaso que, cada vez mais, me dou com menos pessoas.

Arrumados definitivamente os «Sapatos» iniciei, no Verão passado, «A Sagrada Família», que espero terminar por um destes dias. Presumo que não lhe estará reservada melhor sorte que a do filme anterior, mas devo confessar que a considero uma experiência relativamente importante, se não, e com certeza que não, no plano global de um cinema português, pelo menos, no plano particular do meu próprio cinema e na exacta medida em que, por um lado, discute e corrige dialècticamente o filme anterior e, por outro, prepara já o filme seguinte.

O filme seguinte chama-se «A Tempestade», baseia-se no poema dramático de Shakespeare e na ópera de Purcell e será perpetrado numa Arrábida pintada a Robbialac se, como se espera, a edilidade local não levantar intransponíveis obstáculos. Quanto mais não seja, há que atender aos relevantes serviços que a prestimosa tinta, que é só a que mais pinta e que mais dura, tem prestado ao colorido da Nação.

Que pensar de tudo isto? Em primeiro lugar, que a vida está má para os pobres. Depois que, nisto ou naquilo, vivemos todos muito ocupados, inclusive na falta de ocupação. Por último, que enquanto, pela parte que me toca, passo o tempo, como agora e aqui, a acariciar o meu dilatado egozinho e a fornecer de mim imagens razoavelmente aliciantes, como estas, existem pessoas bem mais obscuras que, discreta e devotadamente se vão ocupando de mim e do meu glorioso destino o que, aliás, não é novo. Parece que tem sido uma constante da História.

Assim sendo, resta-me reconhecer a solidão moral de uma prática cinematográfica cavada na dupla recusa de ser uma espécie de carro de aluguer da classe mais favorecida e, o que é mais grave, de trocar essa profunda exigência por toda e qualquer forma de demagogia neo-fadista que transporte e venda a miserável ilusão de servir outra coisa.

JOÃO CÉSAR MONTEIRO

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