Deram-me duas batas um cacifo e mandaram-me para frente de batalha. Mal cheguei à minha secção um gajo avisou-me logo: Aqui nem nos amigos que fizeres vais poder confiar! Na altura não liguei, mas hoje, já distante, posso-vos dizer que a realidade hierárquica de um armazém de hipermercado era esta: Existiamm dois grandes grupos - os efectivos e os contractados e que homogeniamente se elvavam em pirâmide. No fundo desta pirâmide tinhamos os que trabalhavam e por isso mal vistos pelos mais "antigos" que pensavam que eles eram escovas; seguiam-se os que engonhavam - ia-se fazendo as coisas com calma; a cima destes estavam os baldas - quer fosse por estarem fartos de lá trabalhar ou por terem sido transferidos da sua secção de origem para uma secção "agreste" como incentivo para se despedirem, limitavam-se a picar o ponto à entrada e à saída; seguiam-se os escovas/xibos. Estes passavam a vida enfiados nos escritórios a enfiar tudo no cu dos chefes de secção; os chefes de secção, que eram o extracto seguinte, passavam a vida a dar escovadelas ao chefe do departamento e todos queriam o seu lugar; no topo, logo a seguir ao chefe de departamento estava o director de loja.
Havia lá um gajo que dizia: -"Amigos? Amigos tive dois, um enrabei-o o outro fugiu..."
D. Fabrizio, em “O Leopardo” de Luchino Visconti: “Algo tem que mudar, para que tudo fique na mesma”.
Prince Don Fabrizio Salina: "I know. I know! What would you have of me? I'm a vigorous man. I can't find satisfaction with a woman who crosses herself in bed before every embrace, and can only say "Gesummaria" afterwards. I've had seven children with her and I've never seen her navel. Is that right? I ask you. *She's* the sinner!"
The Beatles: "All the lonely people, where do they all come from ?"
O ciclo Eugénio de Castro, tinha uma grande enconsta de terra por cima do campo de futebol, e nela eucaliptos e pinheiros plantados. Lá bem no alto daquilo a que nós alunos chamavamos "os montes" ficava a rede que limitava o terreno da escola. Depois de violada a rede ganhavamos acesso ao pinhal que numa clareira escondia o velho tronco da palmeira seca a que alguém, muito anterior ao meu tempo de passagem por tal estabelecimento de ensino, e dada a forma fálica, resolvera denominar de Piço do Avô. Para lá da clareira existia uma passagem subterrânea com água pela altura dos tornozelos cheia de girinos e salamandras. Desta "gruta" dizia-se que atravessava o Tovim, tal nunca foi possivel de confirmar pois nunca fomos mais longe do que dois três metros da entrada. Andando mais uns metros no matagal encontravamos uma velha casa cujo o subterrâneo nos fazia sentir os míudos mais corajosos do mundo. O Piço do Avô era também o local de eleição para jogar ao bate-pé e para tantas ou descobertas relacionadas com as mudanças que ocorrem no corpo de adolescente. Do Piço do Avô restam apenas memórias. Onde outrora se ergueu esse falo esculpido pela mãe natureza, que todos nós, em rituais pagãos elevamos à categoria divina passa hoje uma estrada que desemboca numa moderna esquadra de polícia.
Num dia em que tentava recuperar a minha a minha primeira namorada, cheio de coragem depois de uns valentes bagaços logo de manhã no "Zé Porco" que me teleportaram para o claustro construído com módulos serlianos do colégio de Santo Agostinho onde, depois de reunido a esse "Primeiro Livro que eu li", saltei para o Infinito de onde trouxe duas cassestes que o Vitinho me havia gravado - numa delas, para encher espaço, estava a faixa My Babe do Little Walter. Quando a ouvi fiquei completamente hipnotizado e ouvi-a vezes sem conta. Anos mais tarde com o advento da partilha de ficheiros P2P viria a adquirir mais músicas deste génio da Harmónica. Ontem este delicioso filme sobre a produtora Chess Records deu-me uma sensação de ...
Jacobs is generally included among blues music greats—his revolutionary harmonica technique has earned comparisons to Charlie Parker and Jimi Hendrix[1] in its impact. There were great musicians before and after, but Jacobs' virtuosity and musical innovations reached heights of expression never previously imagined, and fundamentally altered many listeners' expectations of what was possible on blues harmonica. [2][3]. His body of work earned Little Walter a spot in The Rock and Roll Hall of Fame in the sideman category on March 10, 2008[4], making him the only artist ever to be inducted specifically for his work as a harmonica player.
Once described by Orson Welles as the most exciting woman in the world, Kitt's smouldering, feline drawl in memorable hits, such as Santa Baby, Old Fashioned Millionaire and I Wanna Be Evil conveyed a wealth of innuendo.
Ostracized at an early age for her mixed race heritage, international star Eartha Kitt defied criticism of her illegitimate past and conquered the entertainment world with finesse.
Born in 1927, she endured a tough childhood. Kitt's mother, who worked on a cotton plantation, was just 14 when she gave birth, the white father thought to have been the son of the plantation owner.
Kitt's features, neither black nor white, led to her being accepted by neither community. She was given away by her mother at the age of eight to live with an aunt in Harlem, New York City. Little did she know that this would be the start of a long showbiz career.
With a flair for the dramatic, Kitt, aged 15, auditioned for the famed Katherine Dunham Dance Troupe and won a spot as a featured dancer.
The work took her worldwide, and her unique style was enhanced as she became fluent in French during the European tour. It was during a performance in Paris that she caught a certain director's eye, and was cast as Helen of Troy in Orson Welles' production of Dr Faust.
Eartha Kitt had a tough upbringing
Kitt made her name back in New York in the 'New Faces of 1952' revue. Her show-stopping performances, which ran for a year, led to a national tour and a follow up feature film with the same title.
Other films followed, such as St Louis Blues with Nat King Cole, and she played the title role in Anna Lucasta alongside Sammy Davis.
For her succession of best-selling records Kitt earned a Grammy nomination, she received her first Tony nomination for her acting, and also managed to complete her first volume of autobiography Thursday's Child.
One of Kitt's more recognisable roles was her part as Catwoman, in succession to Julie Newmar, in the late 1960s television series Batman. She excelled in the part, and her trademark growl became a part of pop culture.
In the late sixties, however, Kitt's career encountered a substantial setback after she made her anti-Vietnam war views explicit during a White House luncheon.
The CIA put together a dossier on her and she became professionally exiled from the US. She worked abroad for 11 years, where her reputation remained unscathed, but returned triumphantly to New York in 1974 to star in a Broadway spectacle of Timbuktu!
One-woman show
Kitt became a firm fixture on the Manhattan cabaret scene. Live theatre was always her passion and, in 2001, Broadway critics singled her out for praise for her role in The Wild Party.
Sophisticated: Kitt's exotic style kept her at the top for decades
More recently, she starred in US tours of The Wizard of Oz, and Cinderella, and appeared as the Fairy Godmother in The New York City Opera production.
Her distinctive voice and great versatility enthralled an entirely new generation of fans when she lent her services to the role of Yzma, the villain, in Disney's animated feature The Emperor's New Groove.
In 1994 she also was part of BBC Radio's adaptation of The Jungle Book, where her role as Kaa the python was performed with a ferocity and bite.
She visited England many times throughout her career, firstly in the early 1950s and, most recently, for Follies in 1988, which she followed with a one-woman show in March 1989.
Eartha Kitt will be remembered as a distinguished and charismatic performer who, up to her death, could boast she had worked in more than 100 countries.
Alongside her cabaret performances, her singing career and her roles in film and television, Kitt was also a prominent jazz singer to which the "sex kitten" in her voice seemed aptly suited.
She appeared at legendary venues, such as The Cafe Carlyle, Detroit's Music Hall and Seattle's Jazz Alley, where she became the epitome of chic.
Her strong onscreen independence was mirrored off screen, since Kitt spent most of her life alone.
She was married briefly, from 1960 to 1965, from which a daughter, Kitt McDonald, was born in 1961. She became her mother's manager.
Up to the end of her life, Eartha Kitt was the national spokeswoman for Project On Growing, a programme which teaches homeless families to grow their own food and feed themselves.
É do domínio público que Nelson apesar de estropiado e desdentado conseguiu "sacar" a mulher mais linda de Inglaterra. Emma Hamilton era casada com William Hamilton mas tal nao a impediu de se apaixonar pelo precocemente envelhecido Nelson. Nelson também não era solteiro, mas o que pode um homem fazer quando, sem um braço, assombrado por coughing spells lhe é atirada para cima, literalemente, tal dádiva? Os trés viriam a viver juntos num ménage à trois que deslumbrou a imaginação da Ingalterra no século da luz e que levou o almirantado a enviar Nelson de volta para o mar...
Em frente à National Gallery fica Trafalgar Square onde se ergue imponentemente a coluna de Nelson. O que este monumento celebra, para mim, permanecerá para sempre uma incógnita.
P.S.) A escolha de George Romney de retratar Emma como Circe, vejo-a como uma deliciosa e súbtil ironia pois antecede em pouco anos o encontro dos dois.
As miudas que no meu liceu eram as mais populares entres os rapazes, aquelas q ja se arranjavam todas e fodiam, hoje são uma sombra do que eram. Estão acabadas. O tempo celindrou-as. Aquelas que usavam aparelho, que eram gordas, que eram esqueléticas, são hoje na sua grande maioria mulheres de fazer virar cabeças. Às vezes penso - será que they picked to early? Quase inacessíveis nesse tempo da adolescência, são hoje mastigadas por transeuntes... Eram deusas esculpidas pelo cinzel de Praxiteles... Sara, Rute, Marta, Susie, Sofia... Podia fazer como o Saramago no seu envangelho, e infelizmente nomes não me faltam, mas estas cinco mártires são suficientes para ilustrar a decadência a que me refiro. No outro dia jantava com um amigo e ele dizia-me: - O meu medo não é morrer, é o fade away...
O psicólogo está a explicar ao Albert Einstein uma experiência que anda a fazer com ratos. O rato tem ligado ao cérebro dois fios, um fio azul e um fio vermelho. O fio azul quando o rato o pressiona o botão azul na "caixa" dá-lhe uma sensação tipo orgasmo e overmelho é equivalente a sensão de ser alimentado. Ele vira-se para o Einstein e diz: "Este ja não come ha três dias." Coloca o rato na caixa e este vai directo ao botão azul. O psicólogo pergunta-se: "Mas porque fez ele isto?" A cara do Einestein é de quem diz - que novidade...
Esta questão do sexo "violento" ou terno foi algo que só comecei a tomar conhecimento com a "experiência". Devo admitir que apesar das palmadas nas nádegas e do puxar o cabelo, obrigando a cabeça dela a inclinar-se para trás, na posição vulgarmente conhecida como "canzana" ou "doggystyle", sempre pensei que as mulheres gostassem de sexo "carinhoso". Obviamente descobri, posteriormente, que nada poderia estar mais longe da verdade. Será possivel dividir mulheres q gostam de sexo "violento" das que gostam de sexo terno? Será como afirma Veronika - "ça m'est égal. j'aime les deux"? Que mulher tem uma maior inclinaçao para o sexo "violento", a mulher que é socialmente proeminente ou a que tem uma posição social "anónima"?
ohh hesse2 a mim espanta-me sim esse teu comentário!Porque de certeza que quem escreve o titulo são os guionistas e os actores, é que está-se mesmo a ver.... Mesmo que fossem, quem julga a inteligência de uma pessoa por uma palavra mal escrita, esse sim,só pode ser um génio. cala-te sff e não digas asneiras
Causa-me um certo espanto, ou não, que guionistas e actores que se dão ao luxo de gozar com a ignorância da população portuguesa escrevam "anti-matéria". Fica bem patente o seu nível intelectual.
I have a friend who had a wonderful idea: he wanted to have his right hand amputated. Very seriously. Went to see a surgeon, said, 'How much does it cost, I'm ready to pay.' He wanted to have a porcelain hand made to replace it. And in his home, in a room, in the very center of the room, to place his real hand in formaldehyde, with a plaque reading, 'My hand, 1940-1972'. And people would come to visit, like they'd go to an exhibit. --Alexandre in A mãe e a puta
O eterno triângulo amoroso, para alguns a eterna busca da/o mulher/homem perfeito/a, para outros apenas o aceitar do curso da natureza humana. No primeiro caso, tal qual a experiência de Victor Frankanstein, o resultado é sempre desastroso. No segundo caso, seja um acordo verbal ou tácito, seja um affair sem o conhecimento da/as outra/as parte/es do/os um dos vértices irá sempre destabilizar a harmonia do triângulo e a conclusao será igualmente infeliz. Conheci várias pessoas que avançaram com inúmeras teorias - todas elas falíveis - Por exemplo : não se envolver mais de seis meses, e a pessoa com quem se comete a infidelidade ter conhecimento que existe uma terceira pessoa... meus amigos posso vos dizer que esquemas infaliveis nao existem mas se querem ser infieis abram sempre o jogo com a terceira parte pois aumento em muito a cota de sucesso...
"Last night as I slept I dreamed I met with Behan..."
"The Auld Triangle" (click the link to open a window with the full lyrics) was written by Brendan Behan(1923-1964), noted Irish playwright and author. His best known works are probably the autobiographical Borstal Boy (1958) and his plays The Hostage (1958) and The Quare Fellow (1959). His plays were performed to wide acclaim in London, New York, and Paris. He was also a left wing (i.e., socialist), republican (Irish) political activist. He was arrested by the British in 1939 for his role in an IRA Liverpool bombing and was sentenced to three years in jail. He was later deported back to Dublin, where, in March of 1942 he shot a police officer during commemoration ceremonies marking the 1916 rising. He went on the run and was eventually arrested in June of 1942 (despite standing orders that he be shot on sight). He was subsequently sentenced to 14 years for the shooting, but was released as part of a political amnesty in 1946. In 1947 he was again arrested in Britain for violating the terms of his deportation (namely, he returned to Britain). His great success as a playwright followed shortly thereafter and he rode a wave of popularity and critical acclaim throughout much of the 1950s and early 1960s. Unfortunately, he died of causes related to his alchoholism following several unsuccessful treatment programs. He received a republican burial in 1964
"I am going, I am going Any which way the wind may be blowing I am going, I am going Where streams of whiskey are flowing"
Given the causes of Behan's death, this chorus detailing his philosophy of life is rather poignant.
On the other hand, in the "The Poor Mouth" (originally published in gaelic as "An Béal Bocht"), Flann O'Brien (writing under the pseudonym "Myles na Gopaleen") includes an account of "Hunger-stack," a mountain whose summit had a cave with not one but two streams of whiskey; one of which flowed freely and provided sustenance, while the other was afire and provided warmth and light in the cave. The protagonist of the novel -- a desperately poor gaelic-speaking man -- scales the mountain during a brutal windswept storm in search of gold coins alleged to have been taken there some years earlier by another desperate irishman. The novel is a pretty funny farce, full of allusions to other gaelic stories, so I'm not certain if the idea is original to O'Brien or is itself from some earlier tale.
Flann O'Brien was a pseudonym for Brian O'Nolan (nee Brian O Nuallain; 1911-1966). He is frequently listed in the same rarified air as James Joyce and Samuel Beckett in twentieth century Irish literature. He was born in Strabane, county Tyrone to a gaelic speaking family. He eventually studied at University College in Dublin and soon established himself in the Dublin literary community. For his first novel ("At Swim-Two-Birds," published in 1939) he adopted the name Flann O'Brien and it stuck for his subsequent writings (except for those in gaelic, where he used Myles na Gopaleen). In addition to his novels he also wrote a newpaper column in the Irish Times under the "Myles" alias that was originally written in gaelic, then alternated between gaelic and english, before eventually becoming completely english. I'm not sure if he and Behan had ever met, but it seems at least probable. Both were fond of the bottle (O'Brien went into an extended alcoholic decline in the 1950s after losing his job in the Irish Civil Service in 1953) and frequented some of the same pubs in Dublin. Thanks to Jim for putting me on the trail tracking down the reference
Com a ajuda da amiga Nádia ainda faziamos uns trocos :D
Cibercondríacos tomam conta da web
Se sofrem de cefaléia, eles acessam a internet para saber se existe um novo medicamento que diminua seu sofrimento. Se estão com falta de ar e dores nas costas vão a um site específico sobre o problema para colher dados sobre os sintomas e suas causas. Eles formam uma nova tribo, batizada de “cibercondríacos”, ou seja, eles buscam incessantemente assistência médica online. Segundo a consultoria de marketing Harris Interactive, havia cerca de 160 milhões de “cibercondríacos” em 2006, o que representa 84% dos internautas adultos. A Harris revela ainda que de um universo de 1.010 pessoas, 86% achavam confiáveis as informações encontradas online. Moral da história: um blog (em inglês e português) bem feito sobre o assunto teria grandes chances de se tornar lucrativo.
Esta amiga, uma rockabilly dos Estados Unidos da América, é a minha role model...
10 Dez 1991 Was the last time I drank Alcohol. 17 years sober
One day at a time!
When I quit drinking I NEVER thought I would stay sober this long...I just couldn't even think at all. All I got to say is that I have a life I never thought I could have today. I have more fun and love life more than ever.
Hank williams - I Saw The Light
I [g] wandered so aimless life filed with sin I [c] wouldnt let my dear saviour [g] in Then jesus came like a stranger in the night Praise the lord [d7] I saw the [g] light.
Chorus I saw the light I saw the light [c] no more darkness no more [g] night Now Im so happy no sorrow in sight Praise the lord [d7] I saw the [g] light.
Just like a blind man I wandered along Worries and fears I claimed for my own Then like the blind man that God gave back his sight Praise the lord I saw the light.
Chorus
I was a fool to wander and astray Straight is the gate and narrow the way Now I have traded the wrong for the right Praise the lord I saw the light.
Morreu a lendária pin-up Bettie Page, ícone da revolução sexual
7 hours ago
LOS ANGELES, EUA (AFP) — Morreu nesta quinta-feira em um hospital de Los Angeles, aos 85 anos, a pin-up por excelência dos anos 40 Bettie Page - a modelo cujas imagens sensuais reproduzidas em larga escala fascinaram os americanos e o mundo e ajudaram a provocar a revolução sexual das décadas seguintes.
"Com profunda tristeza devo anunciar que minha querida amiga e cliente Bettie Page faleceu às 6:41 pm (0h41 de Brasília, sexta-feira) em um hospital de Los Angeles", anunciou o agente Mark Roesler em um comunicado.
"Ela morreu em paz, mas sem ter conseguido recuperar a consciência depois de ter sofrido um ataque cardíaco há nove dias", acrescenta a nota.
"Ela capturou a imaginação de uma geração de homens e mulheres com seu espírito independente e sua sensualidade. Ela era a encarnação da beleza", completou Roesler.
O funeral está programado para o dia 16 de dezembro no Cemitério Westwood Memorial em uma cerimônia privada.
Bettie Mae Page nasceu em Nashville (Tennessee, sul dos EUA) em 1923 em uma família pobre de cinco irmãos.
Trabalhou como secretária e tentou a carreira de atriz em Hollywood, mas não conseguiu realizar este sonho. No fim da década de 50, Page se tornou a mulher mais fotografada do mundo, e sua popularidade disparou.
Ela se dizia intrigada com o efeito que suas fotos tiveram sobre a cultura pop. "Não faço idéia de por quê sou a única modelo que continuou fazendo tanto sucesso mesmo passado tanto tempo depois de ter parado de trabalhar", comentou em 2006 numa entrevista ao jornal Los Angeles Times.
Já idosa, se negava a ser fotografada, para preservar sua imagem mítica.
"Quero ser lembrada como fui quando era jovem, nos meus tempos dourados (...). Quero ser lembrada como a mulher que mudou a perspectiva das pessoas a respeito da nudez em sua forma natural", justificava.
Page combinou doçura e sexualidade em uma - hoje lendária - série de fotografias durante os anos 50, incluindo o pôster central na primeira revista Playboy, que a chamou de "modelo do século".
Bettie posou para a primeira série fotos 'pin-up' em 1947. Nos anos 50 suas imagens provocantes de biquíni ou lingerie sexy eram muito populares, quando eram vistas nas paredes de oficinas mecânicas, quartos de estudantes e barracas militares.
Ainda que suas fotos estivessem de acordo com os padrões da época, Page deixava os mais conservadores de cabelo em pé - levando um grupo de senadores americanos a investigar o que consideravam ser um componente pornográfico das imagens.
Bettie Page chegou a ser intimada a comparecer perante um comitê do Senado, presidido pelo democrata Estes Kefauver, mas não precisou depor.
Para ela, as fotos eram uma diversão inofensiva. "Honestamente, ninguém pode levar isso a sério", disse, anos depois.
"Nunca entendi como alguém inventou que essas poses eram sensuais. Ficar amarrada? Eu acho que não", afirmou.
Em 1958, no auge de sua fama, Page sumiu da vista do público e encerrou seus dias como modelo.
Tornou-se uma cristã carismática, mas precisou lutar contra a depressão e os vários problemas no casamento. Em 1992, deixou um hospital psiquiátrico na Califórnia (oeste), onde havia sido diagnosticada como paranóica esquizofrênica.
Nos anos 90, um advogado que depois se tornou seu agente, Mark Roesler, usou suas célebres imagens, que a ajudaram financeiramente e renovaram sua fama.
Independentemente da corrente interessa-me a bailarina. Gosto que dance para mim. Sento-me no chão e abro a tampa. Ela apressa-se, tomando o seu tempo, a dirigir-se para a caixa. A forma como se desloca, sem que os calcanhares toquem o chão, é um dos muitos condicionamentos da sua arte mas que, perante a corriqueira mulher lhe confere uma maior sensualidade e graciosidade. No centro do espelho irá concretizar desde o simples tendu ao glorioso grand-jeté; tudo. Baixa a cabeça e concentra-se. Giselle é o ballet escolhido... fouetté após fouetté é percéptivel o contraste cintilante entre a sua pele de madrepérola e a púbis finamente trabalhada em prata. Pára. Olha para mim. Desprende o cabelo, que se estende até à altura da cintura, e avança na minha direcção...
Cabelos à Joãozinho – A Garçonne em Portugal nos Anos Vinte
Gabriela Mota Marques, 2007
Mulher, talvez 20 anos. Mulher dos anos 20, com certeza. O vestido leve de seda tubular resvala-lhe pela dobra escandalosa do joelho. Livre dos espartilhos usados até o final do século XIX, já mostra as pernas, os braços e usa maquilagem. Pinta a boca a carmim, para parecer um arco de cupido ou um coração. Marca bem os olhos, tira as sobrancelhas e modela-as a lápis, contrastando o efeito com uma pele enfarinhadamente branca.
O instinto de sair à noite, como um homem, faz dela noctívaga atraída pelos salões com Jazz-bands onde o estonteante ritmo do Charleston se dança. Já não quer ser fada do lar e troca o avental e os bordados pelo brilho das pérolas e o glamour das plumas. Não tem curvas nem seios e a anca é preferencialmente pequena. Fuma também em cigarrilha, gosta das novidades do cinema e da rádio, segue à risca o que aparece nos anúncios publicitários e nas revistas femininas da época e assassina as normas do eterno visual feminino à tesourada, vingando-se no comprimento dos cabelos, sem piedade.
Aparece então um novo adorno em voga: o chapéu, enterrado até os olhos e usado com os tais cabelos curtíssimos à Garçonne.
O resto do mundo vibrava com a nova aparência da sociedade feminina dos anos 20, que imitava Hollywood e as suas vedetas. Se os homens queriam ser como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks, as mulheres copiavam fielmente as roupas das actrizes Gloria Swanson e Mary Pickford e imitavam os gestos da provocante cantora e dançarina Josephine Baker, sempre adornada por trajes ousados. Havia ainda uma nova estilista, Coco Chanel, que teimava em fazer combinar o pouco cabelo com boinas e colares compridos. Mas em Portugal, esse país de brandos costumes e casas hospitaleiras sempre com pão e vinho sobre a mesa, chamou-se genuinamente ao corte arrapazado francês «corte à Joãozinho». Uma modernice vinda de fora que estava perto da «pouca vergonha», tinha inventado a Maria Rapaz e «colocou em perigo o símbolo da feminilidade, insinuou uma indefinição dos sexos e criou seres revolucionários que põem em causa a ordem social instituída, as normas e os preceitos em vigor e induziu atitudes transgressivas associadas à masculinização da mulher».
A exigência da modernização da aparência feminina apoiada por sinais de rebeldia, irreverência, inconformismo e ousadia contra o espadachim da moral e da censura que acusava a nova tendência de ir contra os cânones da feminilidade através de uma «suposta androginia e uma virilização da mulher assumida com contornos difusos» são as ideias base para o último trabalho de Gabriela Mota Marques que conta com edição da Livros Horizonte.
Catarse :
Reflexões sobre a existência e a condição humana.
Caves enfumaradas, ampliadas pelo aroma do jazz.
Pinceis imersos em terbentina.
O cachimbo, a sua importância como ferramenta na solução de crises mundiais.