quinta-feira, janeiro 31, 2008

ESKORBUTO - Banda Basca formada em 1980

Não há aqui poesia, não há candura. As pessoas vêem aquilo que querem ver.
As análises artísticas irão sempre deixar-me com um sorriso nos lábios. Um filme destes, de cariz neo-realista... ah que se foda, eu até a mim me aborreço


Belarmino
«fome, fome, não era bem fome, não foi fome de três dias, era mais uma fraqueza razoável»

Título Original:
"Belarmino" (1964)

Realização:
Fernando Lopes

Argumento:
Fernando Lopes

Actores:
Belarmino Fragoso
Jean Pierre Gebler
Teresa N. Bastos
Bernardo Moreira


O começo do filme Belarmino é surpreendente. Ouvimos dizer em off que o protagonista poderia ser um pugilista excepcional, mas que na realidade não o é: «Podia ter sido um grande pugilista, dos melhores da Europa, talvez até campeão dos meios leves e agora é quase um punching ball: Belarmino Fragoso». A locução inicial do Baptista Bastos dá o mote para todo o filme, porque o excelente documentário de Fernando Lopes fala apenas de uma eventualidade: não se descreve um campeão de pugilismo que tenha efectivamente existido, mas apenas aquele que poderia ter existido. Isto é, no mínimo, curioso. Parece estranho que o filme seja anunciado como um documentário e ainda mais insólito que o realizador tenha escolhido um protagonista aparentemente tão desinteressante e até desprezível.

Belarmino tem inúmeros defeitos e o pior deles é a falsidade. O senhor mente com o atrevimento mais descarado e tem o péssimo hábito de alijar responsabilidades: quando é questionado sobre o seu fiasco no ringue do Albert Hall perante um pugilista de segunda, ele desencanta uma história disparatada de corrupção e compadrio. Porém, as mentiras não nos incomodam por aí além. Não só porque o filme do Fernando Lopes deixa claramente à vista o que é ou não patranha, mas também porque a própria inépcia do Belarmino se encarrega de o denunciar, um pouco como a criança que diz ‘não fui eu’ com a boca lambuzada de doces. Aceitamos as mentiras do Belarmino Fragoso e até simpatizamos com elas, pela sua candura e ingenuidade. Mas não só.

O Belarmino seria um indivíduo risível em qualquer outro país do mundo, mas em Portugal é um campeão. Mais do que simples simpatia, existe entre ele e o público português uma verdadeira empatia: uma fusão emocional, uma adesão de sentimentos que se estabelece entre espectador e personagem de tal modo que parece dar-se entre os dois uma espécie de identificação ou projecção. Os portugueses reconhecem-se nas mentiras do Belarmino e na sua esquiva permanente à realidade, porque se há coisa que fazemos bem é não querer ver as coisas como elas são. A este respeito, uma diplomata francesa descreveu o nosso povo como «os chineses do ocidente», porque os chineses nunca vão directamente ao assunto, dão inúmeras voltas antes de lá chegar e sempre em termos pouco claros.

Além do seu carácter esquivo, há outras características do protagonista que são muito nossas: a mediocridade, a ignorância, a gabarolice e a indisciplina. Tudo isto faz do Belarmino um case study, um representante da mentalidade dos portugueses e do seu proverbial «medo de existir», uma figura tão típica e característica como o galo de Barcelos, o Zé Povinho ou o caldo verde. A condição portuguesa é o verdadeiro assunto de Belarmino e não apenas a vida de um pugilista falhado. Daí que filme do Fernando Lopes seja um verdadeiro documentário, porque descreve com verdade e rigor a mentalidade de um povo. Se o realizador encena ou falseia alguns detalhes da vida do protagonista (algumas sequências, como a chegada aos treinos no Sporting ou o engate nos Restauradores, são manifestamente encenadas) é apenas para que se registe com mais fidelidade essa verdade maior.

® Flávio Sousa


As mentiras de Belarmino dão ao filme/documentário uma coerência genial, na medida em que são evasivas relativamente aos "ataques" do adversário - tal qual como num jogo de Boxe entre entrevistador e entrevistado!

terça-feira, janeiro 29, 2008

A vida é safada. Vamos assistindo de mãos atadas ao desaparecimento das nossas referências. Amanhã o caixão vai à terra, e impossibilitado pela distância não vou poder despedir-me pessoalmente de alguém que gosto, uma das minhas referências pessoais. Era um crente, é um facto; religiosamente crente no Partido. Amanhã o caixão vai à terra coberto de vermelho.

Can't Fight This Feeling



Can't Fight This Feeling
REO Speedwagon


I can't fight this feeling any longer.
And yet I'm still afraid to let it flow.
What started out as friendship,
Has grown stronger.
I only wish I had the strength to let it show.

I tell myself that I can't hold out forever.
I said there is no reason for my fear.
Cause I feel so secure when we're together.
You give my life direction,
You make everything so clear.

And even as I wander,
I'm keeping you in sight.
You're a candle in the wind,
On a cold, dark winter's night.
And I'm getting closer than I ever thought I might.

And I can't fight this feeling anymore.
I've forgotten what I started fighting for.
It's time to bring this ship into the shore,
And throw away the oars, forever.

Cause I can't fight this feeling anymore.
I've forgotten what I started fighting for.
And if I have to crawl upon the floor,
Come crushing through your door,
Baby, I can't fight this feeling anymore.

My life has been such a whirlwind since I saw you.
I've been running round in circles in my mind.
And it always seems that I'm following you, girl,
Cause you take me to the places,
That I'd known I'd never find.

And even as I wander,
I'm keeping you in sight.
You're a candle in the wind,
On a cold, dark winter's night.
And I'm getting closer than I ever thought I might.

And I can't fight this feeling anymore.
I've forgotten what I started fighting for.
It's time to bring this ship into the shore,
And throw away the oars, forever.

Cause I can't fight this feeling anymore.
I've forgotten what I started fighting for.
And if I have to crawl upon the floor,
Come crushing through your door,
Baby, I can't fight this feeling anymore.

O templo do amor

A pressa de lá chegar, a angustia da jornada...
A lua a testemunhar; como já o fizera noutras ocasiões
O estar em casa, ser a casa...
O bote que chega a terra... o atirar os remos fora...
O Romeu sangra, sente a sua amada fria e distante. Partiu???
O dia destrói a noite, e o amor acaba com o raiar da aurora

segunda-feira, janeiro 28, 2008

As engrenagens do mundo

Hoje a falar com um elemento do Teresa Torga lembrei-me de S.Sebastião. Jovem capitão da guarda pretoriana. Caído em desgraça por questões religiosas.




A primeira vez que li sobre S.Sebastião foi pela mão de Yukio Mishima. As "Confissões de uma máscara" segundo me lembro. Título que gostei. Hoje o nosso comparsa de desventuras fez me lembrar o personagem principal e o seu plano auspicioso. Claro e a adoração pela imagem do belo S.Sebastião, orgulho da guarda pretoriana, cravejado de setas no momento da sua execução.

Apostas seguras...



Seabiscuit, um cavalo com um começo pouco auspicioso, mas que graças à fé de um homem, que viu nele um campeão, tornou se num símbolo de esperança, para uma América que atravessava a grande depressão.
Por vezes é mais fácil apostar, como fez o seu seu primeiro proprietário, num cavalo, que não sendo "mágico", oferece uma vitória segura.
Agora apostar num cavalo, apelidado no inicio de preguiçoso, que se lesiona gravemente durante a carreira e que acaba como racing's all-time leading money winner.
Podia não ser a aposta segura, mas devido a um acto de fé e a um trabalho de equipa, Seabiscuit, the horse nobody wanted, was horse racing's all-time leading money winner.

LEGO Brick Timeline: 50 Years of Building Frenzy and Curiosities

(click to follow the hyperlink)

domingo, janeiro 27, 2008

O medo perante a adversidade...

Levi's - Bulls



Confúcio costumava dizer, que preferia levar consigo para uma batalha um homem com medo, do que um sem medo. Aquele que tem medo, segundo Confúcio, pode sempre ultrapassá-lo, enquanto que aquele que não tem medo, pode sempre adquiri-lo.

A pressão social é por vezes como uma stampede.
Compreendo perfeitamente, e jamais criticarei, aqueles que fogem em busca de abrigo.
Eu tenho medo, mas cá me vou mantendo no meio da investida...
Como diria o outro: "Eu quero é que as más línguas se fodam"

sábado, janeiro 26, 2008

Por mais vezes que veja este vídeo emociono-me sempre...
A forma como os outros forcados, oferecendo os seus corpos aos cornos do touro, protegem o que está caído...

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Revisitando Escher

Ja ha muito que nao escrevo aqui.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

You check out guitar george he knows all the chords
Mind hes strictly rhythm he doesnt want to make it cry or sing
(...)
And harry doesnt mind if he doesnt make the scene
Hes got a daytime job hes doing alright
(...)

domingo, janeiro 20, 2008

Bush pronounces Mandela dead

sexta-feira, janeiro 18, 2008

"Podes fujir, podes esconder"

Todos os dias fujo de mim mesmo, todos os dias me escondo. Dia apos dia. Completa saturacao.

terça-feira, janeiro 15, 2008



all transmitters to pull!!!

all receivers to bust!!!
This is Coimbra calling...

Perdido nas ondas cibernéticas trying desperate to reach...
Estática, apenas estática...
Não estando ninguém na frequência vou deixar alguns pensamentos/recordações flutuarem ao sabor do vento.
Certa vez, enquanto fazia amor (a minha companheira estava sentada na secretária e eu de pé) resolvi retirar um livro da estante e ler um pequeno trecho que gostava em voz alta:

A última bala encontrou Renato, escondeu-se-lhe no peito, do lado esquerdo, caiu sem um grito, quem gritou foi Marlene, tombando a seu lado - mortos os dois.
Um mundo de gente juntou-se à volta, formando uma roda como no circo. O relatório da autópsia disse depois que Marlene morreu de ataque cardíaco. Nada mais falso, mas desculpem-se os médicos porque não conheceram Marlene e Renato. O que aconteceu -conta a malandragem escondida pelos alçapões da noite no forro da cidade - foi que Marlene morreu também de um tiro, que lhe acertou em cheio no coração do seu homem.
Assim é que foi, porque assim tinham jurado - para a vida e para a morte - era o destino.

Over & out

sábado, janeiro 12, 2008



Grande parte das minhas memórias mais felizes remontam aos anos que passei sentado em frente a fogueiras. O som da madeira a estalar, as fagulhas a elevarem-se no espaço, o céu estrelado, o fumo...
O tempo parado, a sensação de liberdade, de comunhão, de meditação... música...
As fogueiras nos pinhais junto ao mar são aquelas que para mim... a caruma, a areia... ao longe o rugir do mar...

sábado, janeiro 05, 2008

Gostava de partilhar com vocês meus queridos, a segunda música que está neste pequeno vídeo do youtube, e que se chama psicólogo de putendas.

Ena pá 2


Políticos

Na edição de hoje no Público vem a crónica do douto Sr. Prof. Dr. José Pacheco Pereira.

" "Muito do que ficará serão imagens, porque este tempo é um tempo de imagens"

Afirmação sensata. Mas o que dizer se esta é uma conclusão escrita por Guy Debord em "La societé du spectacle" e muito comentada por alturas do Maio de 68.

Em paralelo, outro aspecto interessante é a ignorância da definição de ANARQUIA. Tem origem na palavra grega "anarchê", que significa sem governante; Esta deve ser uma palavra indissociável do Anarquismo, um movimento social. Ora, apenas as cabecinhas ignorantes do século XXI comem a propaganda iniciada na viragem do século XIX para XX, e utilizam anarquia para definir caos. Para eles, recomendo Perlman:

"The everyday practical activity of tribesmen reproduces, or perpetuates, a tribe. This reproduction is not merely physical, but social as well. Through their daily activities the tribesmen do not merely reproduce a group of human beings; they reproduce a tribe, namely a particular social form within which this group of human beings performs specific activities in a specific manner. The specific activities of the tribesmen are not the outcome of "natural" characteristics of the men who perform them, the way the production of honey is an outcome of the "nature" of a bee. The daily life enacted and perpetuated by the tribesman is a specific social response to particular material and historical conditions.

The everyday activity of slaves reproduces slavery. Through theirdaily activities, slaves do not merely reproduce themselves and their masters physically; they also reproduce the instruments with which the master represses them, and their own habits of submission to the master's authority. To men who live in a slave society, the master-slave relation seems like a natural and eternal relation. However, men are not born masters or slaves. Slavery is a specific social form, and men submit to it only in very particular material and historical conditions.

The practical everyday activity of wage-workers reproduces wage labor and capital. Through their daily activities, "modern" men, like tribesmen and slaves, reproduce the inhabitants, the social relations and the ideas of their society; they reproduce the social form of daily life. Like the tribe and the slave system, the capitalist system is neither the natural nor the final form of human society; like the earlier social forms, capitalism is a specific response to material and historical conditions ."








sexta-feira, janeiro 04, 2008

Depois da noite da vaca preta...





A noite dos flashs!!!












O início de um novo ciclo



Novos personagens, o mesmo guião.

terça-feira, janeiro 01, 2008

A vida de pobre é fodida...
Quando era miúdo e me perguntavam o que queria ser quando fosse grande, eu respondia sempre que queria ser pastor. Queria estar isolado, passar o dia com as cabras, ler incessantemente, comer o caldo verde e o naco de broa...
Hoje, ou melhor, ontem, deu na Sic notícias o documentário: "Ainda há pastores?"
Democracia?
Só porque temos a liberdade de votar, o sistema é democrático?
Nem na Grécia antiga existiu democracia...
E dar "cultura" às pessoas, para que estas tenham vontade de conhecer (saber que existem) os programas eleitorais que cada partido apresenta. Quantas pessoas sabem no que consiste a constituição europeia?
Os telejornais, que deviam dar notícias, levam-nos à "feira dos ricos" que está decorrer não sei onde, e em que aparece um português a dizer que não vai comprar o Bentley, que está mais inclinado para outro, que é mais ao gosto dele, mais barato e que só custa 240 mil contos...
País de miséria que me entristeces...

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