Funeral, Sofá e um espelho B[]d AsS MotHer fuQuer...
Ele perguntava a todos que saiam da igreja se a tinham visto e inquiria:
- Ela está linda, não está? Todos lhe respondiam afirmativamente e isso iluminava - o , o que em certa medida, mitigava a dor que o consumia.
Os abutres saltitavam até ao adro da igreja. Entre elas apressava-se a crítica:
- Que vergonha, um vestido negro!?
A carrinha funerária abria o cortejo. Com uma das asas apoiada nos faróis traseiros cambaleavam mostrando-se aos que, atordoados, iam que tudo já lhes parecia um sonho.
O coveiro, debaixo de um sol escaldante, manejava a enxada, a pá, o ancinho e a vassoura com a mestria de quem já abriu e fechou um sem número de covas. Uma cuspidela nas mãos. O cabo deslizava entre movimentos de braços que eram travados pelo embate do aço na terra.
Posteriormente alguém me disse:
- As primeiras pancadas da terra no caixão fazem-me estremecer! Pensei nisso mas não concluí nada.
Os choros cessam, as pessoas dispersam-se...
É altura de retirar os acessórios que amparavam o início de uma vida a dois... lágrimas, suor, cerveja e cigarros... e no entanto ela move-se...