terça-feira, agosto 02, 2011

1,2... 1,2


As botas de couro encontravam-se no chão, atiradas ao acaso para o fundo da cama. Deitado, sobre a colcha cosida pela sogra para o enxoval de Aurora, Baptista fazia a sua sesta após ter devorado a chanfana bem regada por tinto da sua colheita.
14:30 - O sol torrava o pátio. Na mesa, as moscas saltitavam sobre os restos de comida que se demoravam nos pratos ainda por lavar...

segunda-feira, agosto 01, 2011



Os telemóveis estão se a transformar em máquinas fotográficas e as máquinas fotográficas estão se a transformar em máquinas de filmar...




quinta-feira, julho 14, 2011




O chato é estar velho na cidade onde fui novo...




segunda-feira, abril 11, 2011

Alvissaras! Alvissaras!

Nasceu a menina que cuidará da nossa velhice...




Oil painting of a birth scene, oil on paper, possibly French, 1800.

quinta-feira, março 10, 2011

Orwell you missed for that much!

Não é um "Big Brother" que nos quer controlar, somos nós que queremos ser controlados.
Ao sentar-me no carro e depois de ligar o GPS (Global Positioning System) fui transportado (à boa maneira de À la recherche du temps perdu) para os meus tempos de escuteiro onde, sem telemóveis ou GPS, uma patrulha se perdia no meio de pinhais, levando por vezes uma noite inteira para chegar ao ponto marcado na carta topográfica (onde havia sempre alguém perito em orientar-se pela estrela polar, fazendo o pessoal andar em círculos).

Andavam os hippies nos anos 60 preocupados com esse longínquo ano de 1984...

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Is There Anybody Out There???

Agora que o meu primeiro filho está no prelo, renego-o. As cedências à visão obtusa da entidade editora e o bisturi da bafienta historiografia crippled him. As suas deformidades, que não perfilho, envergonham-me.
É a prostituição intelectual. Um erro pelo qual me penitenciarei até ao fim dos tempos (o que quer que isso queira dizer).

É inevitável não pensar na lápide funerária do Telly Savalas que ostenta uma citação de Platão -"The hour of departure has arrived, and we go our waysI to die and you to live. Which is the better, only God knows."(Apology, 42a ) - atribuída a Aristóteles.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Na noite aprende-se a jogar à tabela...





domingo, dezembro 05, 2010

Making "Archeology" of Dire Strait's Romeo and Juliet #2

Mark Knopfler - Romeo And Juliet
A Night In London (1996)



minutes 3:30 - 3:33:

what goes through his mind? Is the nodding about a girl in his past (the one about whom he wrote the song) or just thinking of the years behind?


Making "Archeology" of Dire Strait's Romeo and Juliet lyrics... a personal approach

Romeo and Juliet

Dire Straits (chosen as the band's name because they were always broke; living in dire straits)

A lovestruck Romeo sings the streets a serenade
Laying everybody low with a love song that he made
Finds a street light, steps out of the shade
Says something like, "You and me babe, how about it?"
(This guy is in love with a girl and tries to reason with her)

Juliet says, "Hey it's Romeo, you nearly gave me a heart attack
He's underneath the window, she's singing, "Hey la, my boyfriend's back"
(the girl has a boyfriend hence the reference to the Angels song)
You shouldn't come around here, singing up at people like that"
Anyway, what you gonna do about it?

Juliet, the dice was loaded from the start,
And I bet, then you exploded in my heart,
And I forget, I forget, the movie song
When you gonna realize, it was just that the time was wrong, Juliet?
(They're love is meant to be, but they were involved to soon - the present time of the song seems to feel like the right time for this Romeo)

Come up on different streets, they both were streets of shame,
Both dirty, both mean, yes and the dream was just the same,
And I dreamed your dream for you, and now your dream is real
How can you look at me as if I was just another one of your deals?
(they shared, in the past, a common dream wich the guy helped her to achieve. Now she doesn't even give a crap about him)

Well you can fall for chains of silver, you can fall for chains of gold
You can fall for pretty strangers and the promises they hold
You promised me everything, you promised me thick and thin yeah
Now you just say, "Oh Romeo, yeah, you know I used to have a scene with him"
(The girl seems to be seduced by superficial gifts of gold and silver, falling for men with hallow promises. In the past, she promised him a solid relationship only to forget everything when she achieved the common dream they held.)

Juliet, when we made love you used to cry
You said "I love you like the stars above, I'll love you till I die"
There's a place for us, you know the movie song
When you gonna realize, it was just that the time was wrong, Juliet?

I can't do the talk like the talk on the TV
And I can't do a love song, like the way it's meant to be
I can't do everything, but I'll do anything for you
I can't do anything 'cept be in love with you

And all I do is miss you, and the way we used to be
All I do is keep the beat, the bad company
And all I do is kiss you, through the bars of a rhyme
Julie, I'd do the stars with you, anytime

Ah Juliet, when we made love you used to cry
You said I love you like the stars above, I'll love you till I die
There's a place for us, you know the movie song
When you gonna realize, it was just that the time was wrong, Juliet?

And a lovestruck Romeo he sings the streets a serenade
Laying everybody low, with a love song that he made
Find a convenient streetlight, steps out of the shade
And says something like, "You and me babe, how 'bout it?"

"You and me babe, how about it?"

Work in progress...

quinta-feira, novembro 25, 2010

Father & Son

Há muitos anos atrás, dizia-me o Martins: "Ter filhos é a ilusão de que conseguimos fazer melhor que os nossos pais."

quarta-feira, novembro 24, 2010

The Gymnopédies, published in Paris starting in 1888, are three piano compositions written by French composer and pianist Erik Satie.

These short, atmospheric pieces are written in 3/4 time, with each sharing a common theme and structure. Collectively, the Gymnopédies are regarded as the precursors to modern ambient music - gentle yet somewhat eccentric pieces which, when composed, defied the classical tradition.[citation needed] For instance, the first few bars of Gymnopédie No. 1 consist of an alternating progression of two major seventh chords, the first on the subdominant, G, and the second on the tonic, D. This kind of harmony was almost entirely unknown at this time.

The melodies of the pieces use deliberate, but mild, dissonances against the harmony, producing a piquant, melancholy effect that matches the performance instructions, which are to play each piece "slowly", "dolorously" or "gravely". (1)

________________________________

1.
http://en.wikipedia.org/wiki/Gymnop%C3%A9die

The Man in the Grassy Knoll

terça-feira, novembro 23, 2010

Vamos desconstruir o que ainda não foi construído

Estás a ver Pedro Abrunhosa, eu também consigo escrever poesia como tu. Também consigo dar a profundidade superficial (2 for 2) que tu constantemente imprimes nas tuas músicas. Aliás, o mestre do Platão quando afirmou: "só sei que nada sei" estava também ele desesperadamente a tentar recuperar o sucesso comercial que obtivera com seus dois primeiros cds.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Saiu Maria :-)

cma

domingo, novembro 21, 2010

Shine on you crazy diamond

Hoje é desta música que vos escrevo. A pentatónica em Sol menor, os delays, o suster das notas no vazio encontra echoes em mim.

O Luto, as atitudes perante a Morte, assim como a tensão sexual gerada por estas, ao que parece são uma camisa que cheira a medo, guerra e desenraizamento. Lava-se a camisa e, o marido ausente renasce - voltando a ser o homem que havia sido antes do stress pós-traumático - morrendo.
Todos sabemos que a morte é para os vivos, para os que ficam cá a problematizar e a equacionar a fragilidade humana, e que dada a complexidade do pensamento humano - no geral nada pragmático - sentimos a necessidade de encontrar um ponto de referência, aquele que nos permite traçar o novo azimute...

O álbum Wish You Were Here dos Pink floyd, que começa com a faixa Shine on you crazy diamond (parts I - V) e termina com a faixa Shine on you crazy diamond (parts VI - IX) , f0i pois, a dada altura na carreira da banda, a forma encontrada para lidar com a Morte do Syd Barrett- na altura apenas comportamental.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Mija de pe ou mija sentado

Queres que seja rapaz ou rapariga? Quantas vezes ja ouvi esta pergunta... ao que respondo: a 16 de Novembro (amanha) vou saber o que quero. Faz agora um ano que se iniciou esta loucura de acontecimentos. Loucura minha, minha Loucura. E depois descuidos nao ajudam e parece que tudo se enleia, e se tudo fazia pouco sentido agora ainda menos. A unica coisa que ajuda e que pelo menos agora tenho o objectivo de fazer chegar pao a boca do puto e tentar educa-lo o melhor possivel.

Descuidos ou nao, depois digo-vos se isto faz mais sentido quando o puto nascer.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Filmes de Cowboys


Os filmes de cowboys são uma constante surpresa para mim. À medida que os vou (re)vendo vou-me deparando com pequenos detalhes que me passaram despercebidos na juventude e que agora, com outra cultura e outra sensibilidade me deslumbram, e alguns deles, bem mais do que o próprio plot. Obviamente que isto não acontece exclusivamente com os fimes de cowboys. Recordo-me vívidamente de ter acontecido com o Dr. Jekyll and Mr. Hyde de 1931, realizado por Rouben Mamoulian, contudo a estereotipificação dos filmes de cowboys torna estas nuances, para mim, mais extraordinárias - é como encontrar água no deserto.
O último que (re)vi foi o High Noon de 1952, com o Gary Cooper como protagonista e realizado por Fred Zinnemann. Este Western, além de pelo meio do filme nos confrontar com planos de câmara absolutamente geniais, apresenta-nos uma mulher, Helen Ramirez (Katy Jurado), que é uma prostituta, uma madame, que foi mulher do vilão (Ian MacDonald), que deixou pelo Sheriff (Gary Cooper) sendo, no momento em que o fime se desenrola, a mulher do jovem ajundante do Sheriff (Loyd Bridges) - se tivermos presente que nesta altura está em vigor o Hays code observamos que esta situação escapou à censura, a meu ver, e em grande parte, por se tratar de um western. É minha crença que este género foi, sobretudo durante este período de censura, um dos veículos para levar à tela crítica política, sexo, etc.

Helen Ramirez: Eu não gosto que me agarrem, a não ser que eu queira. E eu não quero que tu me agarres.



quinta-feira, novembro 04, 2010

Título da Obra: Menstruação: a oralidade dos tempos
(Menstruation: the orality of time).
Artista: P. Nihil
Materiais: Sangue s/papel - Blood on paper
Ano: 2010

segunda-feira, novembro 01, 2010

Thomas Fowler: "You start out by being promiscuous, and end up like your grandfather - faithful to one woman."

sexta-feira, outubro 29, 2010

"I get no respect, I tell ya"
Faria em novembro, se fosse vivo, 89 anos

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